Estava sentada na esplanada aguardando a tua chegada. O sol brilhava no céu trazendo um pouco de calor aos pálidos do frio, os pássaros cantarolavam alegremente e uma leve brisa tocava nos rostos da gente distraída que passava diante de mim.
Já tinha bebido um café e, por mais estranho que parecesse, não me sentia nervosa como era habitual sempre que me preparava para estar contigo, pelo contrário, encontrava-me calma, serena e muito feliz. Talvez este estado de felicidade se devesse à ideia de poder estar sozinha contigo, num ambiente descontraído e sem a presença de qualquer medo daquilo que poderia acontecer.
***
Saíste de casa com umas calças de ganga azul claras, uns ténis brancos e uma camisa branca com quadrados em vários tons de azul. Puseste um pouco daquele perfume maravilhoso, pegaste no telemóvel, nas chaves e na carteira e saíste de casa para ir ao meu encontro.
***
Não demoraste muito tempo até chegares junto a mim. Cumprimentei-te delicadamente com um beijo na face.
- Não te fiz esperar muito tempo, não? – perguntaste tu com o teu ar preocupado.
- Claro que não, eu cheguei há pouco. Queres tomar alguma coisa?
- Não, obrigado. Apenas quero falar contigo. Vamos dar uma volta?
- Claro.
Saímos da esplanada juntos e fomos para a beira-mar. Descalçámo-nos assim que chegámos ao areal e levámos os sapatos nas mãos.
Permanecemos algum tempo em silêncio, caminhando lentamente sobre a areia molhada. As ondas molhavam os nossos pés à medida que rebentavam e se estendiam sobre a areia.
- Querias falar comigo, mas até agora não disseste nada – disse eu um pouco envergonhada.
- Pois. Eu tenho reparado em tudo o que tens feito por e para mim, o esforço que tens feito para estar comigo, ou seja, reparei que não desistes mesmo de mim e o que é certo é que… - fizeste uma pausa, para escolher as palavras certas – eu estou a começar a gostar de ti. Quer dizer, eu já gostava de ti, mas apenas como amiga e agora as coisas mudaram, acho que o que sinto por ti é algo mais do que amizade.
Entretanto já havíamos parado de caminhar e encontrava-mo-nos sentados na areia. No horizonte o sol começara a descer e reflectia-se sobre o mar.
Após algum tempo a descodificar aquilo que acabaras de pronunciar, olhei-te nos olhos e perguntei:
- Estás a falar a sério? Isso é mesmo verdade?
- Sim, é verdade. Nunca falei tão a sério como agora – respondeste.
Posto isto, voltei a observar o horizonte e, sem esperar, senti-te a aproximar. Voltei o rosto na tua direcção e, aos poucos, as nossas faces, aproximaram-se e os nossos lábios tocaram-se.
Tudo me pareceu mágico: estar contigo, beijar-te, observarmos o pôr-do-sol juntos…
Só queria parar o tempo e permanecer contigo, tal como nos encontrávamos naquele momento: sentados na areia, com as cabeças encostadas uma à outra, os braços entrelaçados nas nossas costas, mantendo-nos juntos e a sorrir como quem acaba de experimentar o amor.
1 comentário:
Simplesmente lindo +.+
Quase que me emocionas-te...
Tens futuro Rapariga <3
Sem palavras, Joana Torres
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